A noção paradoxal de dignidade humana
Abstract
O artigo, inicialmente publicado em inglês na Rivista Internazionale di Filosofia del Diritto, na Itália, reflete sobre o caráter incondicional da ideia de dignidade humana, pressuposto básico do Direito, que a considera como princípio autoevidente, isto é, algo que não precisa ser
demonstrado, mas apenas afirmado. Aponta que essa peculiaridade do conceito de dignidade é tanto a sua força quanto a sua debilidade, circunstância que levanta muitas dificuldades no contexto dos avanços biotecnológicos. Objetiva, portanto, assinalar algumas dessas dificuldades e,
particularmente, o principal paradoxo da dignidade humana, qual seja, o fato de que sob o ponto de vista prático, os seres humanos necessitem de um conceito para assegurar a vida social civilizada ainda que, de uma perspectiva teórica, pareça extremamente difícil, se não impossível, justificá-lo
sem se recorrer a referências metafísicas. Por último, sugere-se a necessidade de se explorar uma saída possível para esse dilema em uma abordagem mais concreta da realidade humana.