Autonomia fetal na fertilização em mulheres de idade avançada

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Abstract

Um dos principais dilemas bioéticos decorre dos casos em que a autonomia materna entra em conflito com
a do concepto. Diversos estudos têm demonstrado que fetos desenvolvem sentidos durante a vida intrauterina,
permitindo-lhes sentir e reagir ao ambiente em que vivem. Fetos devem, portanto, ter direitos aos
princípios bioéticos. Avanços recentes nas tecnologias de reprodução assistida possibilitaram que mulheres
mais velhas concebam. No entanto, as decisões de uma mulher em relação às suas escolhas reprodutivas
impactam o feto diretamente. Além das complicações médicas, dilemas bioéticos baseados na questão
“eu posso fazer isso, mas será que eu devo fazer?” têm sido levantados. Esta análise sistemática avaliou
criticamente a literatura existente sobre fertilização para mulheres de idade avançada, especialmente no que
diz respeito à abordagem da bioética fetal, incluindo a autonomia fetal. A maioria dos estudos aborda essa
temática a partir da autonomia materna, aspectos de saúde da mãe e do feto, assim como aspectos sociais,
legais e governamentais. Foram encontrados apenas quatro estudos pautando os direitos biológicos do feto.
Esses estudos discutem a autonomia materna envolvendo a prole resultante, os interesses da criança em
potencial como uma criança que ainda não existe, os interesses da criança em ser criada por alguém cuja
saúde pode estar prejudicada em pouco tempo e os direitos e bem-estar da futura criança. A fertilização
in vitro para mulheres de idade avançada requer mais discussões sobre a autonomia do feto.

Keywords:

autonomy, fetus rights, older women, in vitro fertilization

How to Cite

1.
Alves JG, Revoredo T de MR, Alves LV. Autonomia fetal na fertilização em mulheres de idade avançada. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 2024 Dec. 4 [cited 2025 Feb. 3];32. Available from: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/3805