Ciências cognitivas e neuroética

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Resumo

O artigo parte da discussão entre a visão representacional computacional da cognição contraposta ao enfoque enativo da ciência cognitiva, que defende que o conhecimento é fruto da afetação do corpo pelo ambiente. Discute as consequências dessa visão enativa para a compreensão da neuroética, entendida não como conjunto de parâmetros éticos para as experiências científicas nas neurociências, mas como compreensão neuronal científica do agir moral. A explicação neuronal da ética parte de neuroimagens como expressões de emoção, mas reduzir a moralidade às emoções é discutível, pois juízos emocionais, baseados na proximidade afetiva, destoam de normas éticas de base universal. Outro ponto crítico dessa visão é o artificialismo de suas experimentações, devido ao esquecimento do mundo cotidiano de afetações do corpo, enfoque trazido pelo enativismo da ciência cognitiva.

Palavras-chave:

Ciência cognitiva. Neurociências. Meio social. Ética.

Biografia do Autor

José Roque Junges, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Professor e pesquisador em Bioética e Saúde Coletiva na pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Carolina Alejandra Molina Reyes, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Formada em Filosofia e aluna de pós-graduação em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Como Citar

1.
Junges JR, Molina Reyes CA. Ciências cognitivas e neuroética. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 18º de junho de 2020 [citado 3º de dezembro de 2024];28(2). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/2207