Legislação de proteção animal para fins científicos e a não inclusão dos invertebrados – análise bioética
Resumo
A legislação que regulamenta o uso de animais para fins científicos nos países ocidentais segue princípios semelhantes, diferindo apenas em complexidade e extensão. Em geral, a lei protege apenas os vertebrados por considerá-los dotados da capacidade de ter experiências subjetivas como dor e sofrimento. Estudos utilizando parâmetros fisiológicos, neuroanatômicos e comportamentais evidenciam a senciência em invertebrados como cefalópodes e decápodes, dando-lhes o direito de proteção legal em alguns países. Sugerimos uma abordagem de senciência com requisitos elementares, não restritos apenas aos vertebrados. Fatores socioeconômicos e o especismo parecem influenciar a não atribuição de senciência aos invertebrados. Portanto, fica evidente a necessidade de uma análise bioética para fundamentar a inclusão desses animais na legislação. O “benefício da dúvida” é corroborado pelos argumentos da “continuidade evolutiva” e do “princípio da precaução”. Nesse ínterim sugerimos que a utilização dos invertebrados para fins científicos seja criteriosa e responsável.Palavras-chave:
Invertebrados, Legislação, Senciência, Experimentação animal, Especismo
Como Citar
1.
Legislação de proteção animal para fins científicos e a não inclusão dos invertebrados – análise bioética. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 25º de abril de 2014 [citado 6º de outubro de 2024];22(1). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/882