A falácia terapêutica
Resumo
A falácia terapêutica tem servido para negar a legítima esperança de pacientes ‘sujeitos da pesquisa’ que se incorporam a estudos clínicos Fase III para obter benefícios clínicos diretos. Esta “falácia” busca ratificar os esforços de pesquisadores em negar a diferença entre estudos terapêuticos que beneficiam diretamente os afetados e estudos não terapêuticos, que incorporam sujeitos a pesquisas totalmente distanciadas de suas necessidades. Em países com populações pobres, precária educação e acesso a serviços médicos, se tentam recrutar participantes oferecendo terapias não disponíveis localmente; óbvio abuso das legítimas esperanças destes pacientes terem acesso às indispensáveis terapias, prometidas pelas pesquisas. Assim, a falácia terapêutica torna-se um modo de justificar a negativa de oferecer benefícios médicos aos recrutados, constituindo viés de transgressão ética, especialmente nos países nos quais o participante não tem expectativa de tratamento. Esta justificada expectativa daqueles que ingressam em estudos clínicos randomizados constitui argumento adicional contra o uso de placebo.Palavras-chave:
Pesquisa, Ensaios clínicos como assunto, Terapêutica equivocada, Falácia terapêutica, Experimentação humana, Sujeitos da pesquisa, Obrigações morais
Como Citar
1.
A falácia terapêutica. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 5º de setembro de 2012 [citado 22º de dezembro de 2024];20(2). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/740