Bioética de riesgos biomédicos

Autores

  • Miguel Kottow

Resumo

O consentimento informado (CI) para procedimentos médicos ou estudos clínicos se fundamenta em ponderar benefícios versus riscos. Procedimentos terapêuticos e pesquisas biomédicas avançadas podem albergar riscos de envergadura, ainda que os benefícios para participantes se tornem marginais ou inexistentes, sobretudo em estudos não terapêuticos. Para facilitar o recrutamento de participantes, se tem proposto enfatizar benefícios médicos não específicos ou apelar vagamente ao bem comum, que assim seria fomentado, o que estimula falsas expectativas terapêuticas. Os riscos são informados de forma incompleta, mitigando a magnitude ou probabilidade de efeitos negativos e recorrendo-se à doutrina de riscos mínimos para recrutar tanto pessoas autônomas como as de competência mental reduzida. As barreiras culturais e socioeconômicas entre pesquisadores e a população de nações pobres, que hospedam os estudos, têm criado a categoria de vulneráveis, definida como a incapacidade de cuidar dos
próprios interesses, a qual estabelece indevidamente relações paternalistas que tangem ao colonialismo. Os comitês de ética devem extremar suas avaliações para proteger as pessoas que são incorporadas a procedimentos de benefícios incertos e riscos desconhecidos ou maiores que
o informado.

Palavras-chave:

Consentimento livre e esclarecido. Ensaios clínicos como assunto. Ética. Pesquisa biomédica. Risco.

Biografia do Autor

Miguel Kottow

Doctor en Medicina, professor titular, Facultad de Medicina, Escuela de Salud Pública, Universidad de Chile

Como Citar

1.
Kottow M. Bioética de riesgos biomédicos. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 11º de junho de 2010 [citado 21º de dezembro de 2024];18(1). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/533