O uso problemático do conceito ‘vida’ em bioética e suas interfaces com a práxis biopolítica e os dispositivos de biopoder

Autores

  • Fermin Roland Schramm

Resumo

Este artigo discute o conceito de vida em bioética a partir de literatura concisa. Aponta as diferenças inerentes ao mesmo, desde sua formulação na Grécia antiga, analisando as  implicações de sua polissemia na construção do princípio da sacralidade da vida (PSV) e princípio da qualidade da vida (PQV), que orientam as cosmovisões que envolvem o conceito, especificamente no que tange à práxis biomédica. A partir desta perspectiva contextualiza a utilização do conceito na modernidade, apontando seu uso na construção do sentido de bioética, biopolítica e biopoder, como definidos na literatura. Aprofunda a análise semântico-conceitual, incluindo a discussão sobre a relação poder-potência, e conclui sublinhando a necessidade de, por meio da reflexão, estimular a resistência bioética frente aos excessos moralmente questionáveis da biopolítica e do biopoder, de forma ponderada e sem fundamentalismo, o qual as sociedades seculares e pluralistas hodiernas dificilmente podem aceitar.

Palavras-chave:

Bioética, Biopolítica, Princípios morais, Potência, Poder

Biografia do Autor

Fermin Roland Schramm

Licenciado em Letras pela Université of Génève, mestre em Semiologia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, doutor em Saúde Pública pela
Fundação Oswaldo Cruz e pósdoutor
em Bioética pela Universidade do Chile.
Pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz, pesquisador 1A do CNPq e consultor em Bioética do Instituto Nacional de Câncer (INCA / RJ)

Publicado:

2010-03-01

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Como Citar

1.
Schramm FR. O uso problemático do conceito ‘vida’ em bioética e suas interfaces com a práxis biopolítica e os dispositivos de biopoder. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 1º de março de 2010 [citado 21º de novembro de 2024];17(3). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/505