O Biofilho
Resumo
O artigo constitui uma tentativa de reflexão sobre as conseqüências, no plano ético, das intervenções possibilitadas pelos recentes avanços na decifração do código genético e a utilização deste conhecimento pela engenharia genética. Procura-se mostrar que, embora a possibilidade de intervenção nos estágios iniciais da formação da vida esteja em perfeita continuidade com o projeto de domínio total da realidade pela racionalidade científica, surgem problemas quando esta vocação totalizadora da ciência é posta em contraste com a esfera da praxis humana, cuja especificidade ética foi progressivamente o esvaziada no decorrer da história da razão modema. Na direção de um possível resgate da singularidade do questionamento ético, as possibilidades de manipulação na genética são pensadas em relação aos valores que definiriam a especificidade humana, tais como autonomia e liberdade.Palavras-chave:
Ética da manipulação genética humana, dignidade, liberdade