Inovação e ética: a experimentação animal no diagnóstico da raiva

Autores

Resumo

Abordagens interdisciplinares são enfatizadas nas comunidades de saúde, atentando a (re)emergência de diversas doenças infecciosas que emanam da interface humano-animal-ambiente. A raiva, zoonose grave, considerada endêmica no Brasil e globalmente negligenciada, é um exemplo. Tanto a vigilância epidemiológica quanto a confirmação dessa doença dependem do diagnóstico laboratorial, realizado mediante inoculação intracerebral da amostra suspeita em camundongos, apesar de haver alternativas, como técnicas moleculares, validadas e reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde. Este artigo discute as implicações éticas da (não) adoção desses métodos, partindo da premissa de que todos os animais devem
ser respeitados e entendidos como sujeitos singulares em suas percepções do mundo, não como objetos de pesquisa. Esse fato corrobora a necessidade de novas perspectivas que ressignifiquem as relações entre humanos e animais não humanos, o que é primordial para o estabelecimento de mudanças sistêmicas, de caráter ético-político, que visem o fim da instrumentalização animal, inclusive no contexto científico.

Palavras-chave:

Raiva, Experimentação Animal, Alternativas ao Uso de Animais, Ética em Pesquisa, Interação Humano-Animal

Como Citar

1.
Chueiri de Moraes G, Tavares da Silva T. Inovação e ética: a experimentação animal no diagnóstico da raiva. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 13º de novembro de 2024 [citado 10º de dezembro de 2024];32. Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/3692