Médicos e hiperutilizadores de baixo risco em emergências: implicações éticas

Autores

Resumo

É crescente a demanda de usuários com problemas de baixa complexidade clínica que procuram serviços hospitalares de urgência e emergência frequentemente. Essa hiperutilização dos serviços impõe dilemas éticos aos médicos e demais profissionais. O presente estudo analisa as implicações éticas do encontro entre médicos e usuários hiperutilizadores em uma unidade universitária. Trata-se de pesquisa qualitativa desenvolvida por meio de entrevistas semiestruturadas com médicos e pacientes hiperutilizadores de baixo risco clínico e observação de campo etnográfica. Observou-se que os profissionais tendem a estigmatizar a demanda desses usuários. Já os usuários demonstram satisfação com os médicos, mas descontentamento com a atenção básica e especializada ambulatorial. Conclui-se que a hiperutilização gera conflitos ético-profissionais decorrentes sobretudo da estigmatização dos pacientes pelos médicos. Apesar disso, os hiperutilizadores se sentem satisfeitos com o atendimento, o que os motiva a continuar frequentando os serviços com frequência. 

Palavras-chave:

Ética médica. Relações médico-paciente. Serviço hospitalar de emergência. Triagem.

Biografia do Autor

Gabriela Rodrigues da Silva, Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Graduanda de Medicina

Deize Graziele Conceição Ferreira Feliciano, Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Graduanda de Medicina

Ademar Arthur Chioro dos Reis, Universidade Federal de São Paulo

Departamento de Medicina Preventiva, Saúde Coletiva

Como Citar

1.
Rodrigues da Silva G, Conceição Ferreira Feliciano DG, Chioro dos Reis AA. Médicos e hiperutilizadores de baixo risco em emergências: implicações éticas. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 21º de setembro de 2021 [citado 15º de outubro de 2024];29(3). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/2739