As novas tecnologias reprodutivas conceptivas a serviço da materialização de desejos sexistas, racistas e eugênicos?
Resumo
Tendo como veio de análise uma visão feminista e anti-racista, o artigo aborda o caráter de classe das novas tecnologias reprodutivas conceptivas (NTRc) e a possibilidade concreta de elas responderem a intentos classistas, sexistas, racistas e eugênicos. Considera que o legítimo desejo pela maternidade e paternidade não pode materializar-se às custas de procedimentos inseguros e de supostos tratamentos que causam sofrimentos físicos e mentais, nem da obsessão e da obstinação pelo(a) filho(a). Argumenta-se que cabe ao Estado, necessariamente legitimado em suas práticas pela sociedade, a elaboração de meios de controle e contenção da aplicação de técnicas experimentais, como tratamentos “testados e aprovados”, e das práticas dos technic-doctors. Conclui-se que a vocação aplicada, ou prática, da Bioética implica em impor limites éticos também às NTRc e em impedir o aprofundamento da opressão de gênero e o aval à exacerbação do machismo, do racismo e da eugenia, sendo portanto alguma forma de intolerância bioética tão importante quanto a tolerância bioética.Palavras-chave:
Novas tecnologias reprodutivas conceptivas, tolerância bioética, intolerância bioética, eugenia, gênero, machismo, opressão de gênero, sexismo, racismo
Como Citar
1.
Oliveira F. As novas tecnologias reprodutivas conceptivas a serviço da materialização de desejos sexistas, racistas e eugênicos?. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 3º de novembro de 2009 [citado 10º de dezembro de 2024];9(2). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/248