A arte perdida de cuidar
Resumo
Este artigo pretende identificar as causas da deterioração na qualidade do atendimento médico que transparece cotidianamente no que se convencionou chamar de desumanização da assistência à saúde. Aponta, inicialmente, para o modelo cartesiano-flexneriano que privilegia a soberania de disciplinas e subdisciplinas acadêmicas que se multiplicam à medida que ocorre o incontrolável crescimento do conhecimento científico. Mostra quão irrazoável é persistir nesse modelo e propõe a adoção de novas propostas pedagógicas para o ensino médico que melhor atendam as necessidades do ser humano enfermo. Sugere a incorporação de estratégias de ensino que permitam fornecer conhecimentos mais adequados do processo saúde-doença, contemplando o enfoque interdisciplinar. Aponta, como exemplo, o modelo, já implantado em diferentes cursos de Medicina, que promove a integração curricular entre os ciclos básico e clínico e é organizado em módulos de ensino que substituem as tradicionais disciplinas. Finalmente, mostra que a UNESCO, preocupada com o extraordinário avanço do saber científico e a proliferação de disciplinas acadêmicas, criou a Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, que propõe novo tipo de formação universitária estruturada sobre os eixos: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender a ser.Palavras-chave:
bioética, ensino médico, interdisciplinaridade, humanização da medicina, cuidados médicos
Como Citar
1.
Siqueira JE de. A arte perdida de cuidar. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 3º de novembro de 2009 [citado 21º de novembro de 2024];10(2). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/216