Práticas médicas de aceitação da morte na UTI de um hospital geral no Nordeste do Brasil
Resumo
Desenvolvimentos tecnológicos e novas práticas médicas estão reconfigurando a experiência de morrer. Sob essa ótica, realizamos um estudo etnográfico em um hospital geral no Nordeste brasileiro, enfocando as práticas médicas junto a pacientes críticos na Unidade de Terapia Intensiva. Observamos condutas médicas de aceitação da morte, tais como: não reanimar pacientes considerados “irrecuperáveis”, ajuste do respirador para controle menos rigoroso e diminuição de drogas psicoativas. Identificamos uma ética informal existente entre o grupo médico da unidade, que possibilita tais condutas. Apesar de não corresponder às diretrizes formalizadas pela instituição, esta ética informal reinventou estas diretrizes à luz de dilemas cotidianos e adquiriu, ao longo do tempo, uma normatividade, consolidando-se como uma “bioética local”. Essa reinvenção aponta para novas formas de experiência que emergem da interação de avanços biocientíficos, poder médico e padrões locais de exclusão e inclusão social.Palavras-chave:
bioética, doente terminal, eutanásia, morte, ordem para não ressuscitar, suicídio assistido
Como Citar
1.
Moreira EC, Biehl JG. Práticas médicas de aceitação da morte na UTI de um hospital geral no Nordeste do Brasil. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 15º de setembro de 2009 [citado 2º de dezembro de 2024];12(1). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/118