Diagramática: a arte de bem pensar para pensar o bem
Resumo
Modelos são abstrações que implicam certo grau de simplificação frente à complexidade dos fenômenos que se quer explicar. No campo da bioética, se destaca o modelo principialista padrão de Beauchamp e Childress, baseado numa matriz formada por quatro princípios: beneficência, não maleficência, autonomia e justiça. O modelo principialista é heurístico, possibilitando que diante de conflitos entre princípios prevaleça aquele mais adequado à situação concreta. Neste trabalho procuramos, a partir da utilização do diagrama lógico como recurso explicativo, aprofundar a fundamentação teórico-conceitual da bioética. Relações lógicas são subjacentes a todo pensamento, e os diagramas mostram tais relações em estruturas espaciais. A topologia dos conceitos, ao desvelar relações lógicas presentes nas estruturas dos modelos, permite uma melhor compreensão de um campo integrado de princípios implicados no raciocínio moral. A elaboração diagramática permite observar que diante de situações-problema não há incompatibilidade entre as concepções principialista e personalista; pelo contrário, há complementaridade e sinergia.