A falácia terapêutica
Resumo
A falácia terapêutica tem servido para negar a legítima esperança de pacientes ‘sujeitos da pesquisa’ que se incorporam a estudos clínicos Fase III para obter benefícios clínicos diretos. Esta “falácia” busca ratificar os esforços de pesquisadores em negar a diferença entre estudos terapêuticos que beneficiam diretamente os afetados e estudos não terapêuticos, que incorporam sujeitos a pesquisas totalmente distanciadas de suas necessidades. Em países com populações pobres, precária educação e acesso a serviços médicos, se tentam recrutar participantes oferecendo terapias não disponíveis localmente; óbvio abuso das legítimas esperanças destes pacientes terem acesso às indispensáveis terapias, prometidas pelas pesquisas. Assim, a falácia terapêutica torna-se um modo de justificar a negativa de oferecer benefícios médicos aos recrutados, constituindo viés de transgressão ética, especialmente nos países nos quais o participante não tem expectativa de tratamento. Esta justificada expectativa daqueles que ingressam em estudos clínicos randomizados constitui argumento adicional contra o uso de placebo.
Palavras-chave
Pesquisa;Ensaios clínicos como assunto;Terapêutica equivocada;Falácia terapêutica;Experimentação humana;Sujeitos da pesquisa;Obrigações morais
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