Edentulismo total em idosos: envelhecimento ou desigualdade social?
Resumo
Este trabalho estimou a prevalência autorreferida de edentulismo total em idosos cadastrados na Estratégia de Saúde da Família e identificou fatores socioeconômicos associados. Estudo com idosos de 60 anos ou mais, de um município de Minas Gerais, Brasil. A coleta foi domiciliar por meio de dados sociodemográficos, econômico, de saúde geral e bucal. A estatística utilizou a variável dependente edentulismo total, com nível de significância 5%. Participaram 1.750 idosos, 63,4% mulheres, 11,5% analfabetos e 27,8% com renda familiar abaixo do salário mínimo. O edentulismo total foi para 46,4%, com maior prevalência nas mulheres, idade ? 80 anos, nos solteiros/viúvos/divorciados, analfabetos e idosos que não procuraram por serviço odontológico nos últimos seis meses (p<0,05). A renda familiar foi menor para os edêntulos (mediana = R$1.800,00) que não edêntulos (p =0,001). Constatou-se alta prevalência de edentulismo associada aos fatores socioeconômicos, demonstrando iniquidade em saúde bucal e, portanto necessidade de proteção do Estado.
Palavras-chave
Idoso. Perda de dente. Fatores socioeconômicos. Disparidades nos níveis de saúde. Saúde bucal. Atenção primária à saúde.
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