Os riscos da medicina baseada em evidências
Resumo
O autor conceitua medicina baseada em evidências e se reporta aos critérios e razões dos defensores desta estratégia. O trabalho visa mostrar os riscos existentes na “sacralização” deste novo paradigma assistencial e pedagógico na sua forma de alcançar a verdade absoluta, principalmente considerando-se algumas dificuldades na aquisição de publicações de alto nível e no fato de a medicina clínica ser uma arte e não ciência exata - ainda mais quando se tenta passar a idéia de que existem mais evidências do que a medicina efetivamente tem, quando se sabe que os quadros clínicos mais complexos não dispõem de elementos suficientes para decisão mais convincente. Coloca em dúvida a “absolutização” da idéia de um padrão em saúde baseado em evidências e o risco decorrente da alarmante profusão de publicações - que chega, anualmente, a 30 mil sobre assuntos biomédicos e, para cada matéria específica, cerca de 300 artigos e 100 editoriais por mês, onde a leitura de alguns mostra franca oposição à de outros, fato esse que, na visão do articulista, torna ainda mais complicada a situação do médico na ponta do sistema. Concluindo, deduz que o ideal seria buscar um equilíbrio nas teorias fisiopatológicas consagradas, na experiência pessoal e no resultado das investigações clínicas.
Palavras-chave
ceticismo médico; epidemiologia clínica; filosofia médica; medicina de resultados
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