Hermenêutica como profanação dos novos sagrados: desafio e tarefa da bioética

Autores

  • José Roque Junges

Resumo

O texto reflete e argumenta sobre a desafiante tarefa da bioética de profanar os novos sagrados imanentizados – vida, saúde e corpo – presentes no atual contexto sociocultural. O artigo tem como ponto de partida o conceito de profanação de Agamben. Algo se torna sagrado quando é retirado do uso comum e concebido como realidade separada, a qual requer autoridade e expertise para manejar. A vida, a saúde e o corpo são hoje entidades separadas do uso comum e tornadas sagrados imanentes. Agamben propõe, como tarefa fundamental para a filosofia, a profanação dos novos sagrados que persistem em contextos secularizados. Se a bioética é um conhecimento secular, não pode eludir essa tarefa. A hermenêutica crítica é a metodologia mais adequada a essa profanação, porque intenta desfazer criticamente os motivos ocultos e as explicações dadas, valendo-se de uma estratégia de desmontagem.

Palavras-chave:

Bioética. Hermenêutica. Religião. Capitalismo. Cultura.

Como Citar

1.
Junges JR. Hermenêutica como profanação dos novos sagrados: desafio e tarefa da bioética. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 29º de março de 2016 [citado 19º de abril de 2024];24(1). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/revista_bioetica/article/view/1189